Cirurgião Geral, Coordenador da Unidade de Cirurgia Robótica CUF e Coordenador da Unidade de Cancro Colorretal da CUF Oncologia a Sul Carlos Vaz
CIRURGIA ROBÓTICA ONCOLÓGICA: UM MUNDO DE POSSIBILIDADES Carlos Vaz, Coordenador da Cirurgia Robótica CUF, da Unidade de Cancro Colorretal e do Centro de Referência de Cancro do Reto, detalha as vantagens da cirurgia robótica. A cirurgia robótica corresponde a um grande salto qualitativo na cirurgia oncológica minimamente invasiva nas áreas seguintes: esófago e estômago, cólon e reto, fígado, pâncreas e vias biliares, próstata, rim e bexiga, ginecologia oncológica, pulmão e tiroide. Os benefícios mais amplamente documentados da cirurgia robótica observam-se no cancro do reto e no cancro da próstata; em resumo, ocorrem melhores resultados oncológicos, preservação das funções de continência anal, continência urinária e sexual e menor taxa de ostomias definitivas. Ou seja, mais sobrevida, com mais qualidade de vida. No caso particular dos tumores do rim com indicação para nefrectomia parcial, uma operação difícil e arriscada por via laparoscópica, a cirurgia robótica, assistida por ecografia intraoperatória com sonda robótica, permite a realização destas operações por via minimamente invasiva com níveis de segurança similares (pelo menos) aos da cirurgia aberta tradicional, a mais frequentemente adotada nestes casos, mas com todos os benefícios da cirurgia minimamente invasiva. Na CUF Oncologia, a cirurgia robótica oncológica já é regularmente realizada nas referidas patologias, sendo a via de abordagem preferencial e de rotina para os tumores do reto, estômago, próstata, rim e bexiga. Mais recentemente, a cirurgia robótica tem sido realizada nos tumores da base da língua, onde apresenta uma grande vantagem, uma vez que a única alternativa disponível é muito mutilante."
COMO SE PREVÊ O FUTURO?
Pela integração de reconstruções tridimensionais das imagens de tomografia e de ressonância magnética da anatomia de um doente em particular (que estes equipamentos de imagiologia já disponibilizam) nos novos sistemas cirúrgicos robóticos, em breve será possível proceder à simulação prévia de toda uma intervenção cirúrgica, antecipando e evitando eventuais dificuldades e complicações.
A interposição de uma interface digital entre o cirurgião e o doente abre um mundo de novas possibilidades, no curto prazo, muitas das quais não podemos hoje prever nem imaginar. Por exemplo, a identificação de territórios ganglionares de drenagem dos tumores primários através de imunofluorescência é já uma realidade nos atuais sistemas cirúrgicos robóticos.
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CUF ONCOLOGIA | Relatório 2018-2019
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