Relatório CUF Oncologia 2018-2019

Médico Radiologista António P. Matos

Com os avanços tecnológicos da Radiologia de Intervenção (RI), alguns cancros que antes exigiam remoção cirúrgica ou quimioterapia tradicional, podem ser tratados com uma pequena punção na pele. Os cancros hepáticos (primários ou secundários, principalmente de primário colorretal), os cancros renais e os cancros pulmonares (primários ou secundários) são dos que mais beneficiam da abordagem permitida pela RI. As principais modalidades de RI estão agrupadas em biópsias, ablação tumoral e técnicas de embolização arterial. As técnicas que permitem as biópsias já estão amplamente disponíveis e desenvolvidas nos hospitais CUF. As restantes atividades, embora presentes na sua maioria, são matéria de desenvolvimento e de aposta dos serviços de imagiologia da rede CUF, no sentido de prestar cuidados de saúde diferenciadores na área da Oncologia." António P. Matos, Médico Radiologista da CUF Oncologia no Hospital CUF Infante Santo, integra há dois anos a equipa de Radiologia. RADIOLOGIA DE INTERVENÇÃO NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO

TÉCNICAS DE RADIOLOGIA DE INTERVENÇÃO

Biópsias Estas técnicas minimamente invasivas podem ser utilizadas numa ampla gama de locais de biópsia e, na maioria dos órgãos onde foram aplicadas, demonstram ser altamente precisas com uma baixa taxa de complicações. Na programação da biópsia, as técnicas de imagem ajudam a definir o local da lesão e a sua acessibilidade.

Técnicas ablativas A ablação tumoral local é um método para obter o controlo do tumor nos doentes oncológicos em estadios precoces. Induz necrose tumoral pela aplicação de energia. Segura, com baixas taxas de mortalidade e de complicações major, ganhou aceitação como método de controlo de cancros hepáticos e pulmonares. Foi também descrita eficácia no tratamento de doenças suprarrenais, renais, e lesões ósseas.

Técnicas de embolização arterial Estas técnicas provocam a interrupção do fluxo sanguíneo aferente do tumor, induz hipóxia e inibe o seu crescimento. A quimioembolização transarterial (TACE) é uma modificação da técnica acima descrita, que geralmente é aplicada aos tumores hepáticos. A sua vantagem em relação à quimioterapia é o facto de a administração do agente de quimioterapia ser direcionada à lesão, permitindo maior precisão e doses mais baixas. A radioembolização, uma nova forma de braquiterapia direcionada ao fígado, é outra modalidade com potencial para o tratamento local de lesões malignas hepáticas.

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CUF ONCOLOGIA | Relatório 2018-2019

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