Histórias Que Não Esqueço
José Mendes de Almeida
GANHAR ESTÔMAGO PARA A VIDA
Aos 33 anos, Sofia Silva foi diagnosticada com cancro do estômago. O diagnóstico precoce permitiu que o tratamento se resumisse à cirurgia e, contra todas as expectativas, passados alguns anos, Sofia foi mãe. Para José Mendes de Almeida, o cirurgião que a operou, esta é uma história inesquecível.
V ivia sozinha, muito focada no emprego e chegava a durante algum tempo, ignoradas. “Com 33 anos, não ligava ao que os médicos diziam. Não fazia nada do que recomendavam. Até que chegámos a uns parâmetros muito reduzidos e me foi sugerido fazer uma endoscopia”, recorda. Não sentia dores, azia ou enfartamento, na verdade não tinha qualquer sintoma além do cansaço, pelo que calculava que se pudesse tratar de uma úlcera. O exame veio, contudo, revelar um cancro no estômago, ainda em fase inicial. Sofia foi rapidamente encaminhada para os cuidados de José Mendes de Almeida, cirurgião, trabalhar 18 horas por dia numa consultora, abraçando a área da consultoria fiscal. Embora se sentisse cansada, Sofia Silva atribuía este facto ao ritmo de vida, pelo que as análises que revelavam uma baixa hemoglobina foram,
Cirurgião Geral, Adjunto da Direção Clínica da CUF Oncologia e Coordenador da Unidade de Tumores Gastrointestinais na CUF Oncologia a Sul
especialista na área de tumores digestivos, adjunto da Direção Clínica na CUF Oncologia e Coordenador da Unidade de Digestivo Alto na CUF a Sul. Duas semanas depois era operada. “O caso da Sofia não colocava muitos desafios técnicos, porque era uma situação inicial, e a cirurgia foi idêntica a muitas outras. Extraordinário foi o lado humano da situação: uma mulher muito nova, o que neste tipo de cancro não é comum, com uma doença potencialmente fatal, que tem a doença resolvida e vai seguir a sua vida normal”, explica José Mendes de Almeida, sublinhando o facto de a paciente ter podido seguir o rumo expectável para qualquer mulher da mesma faixa etária. “A Sofia casou e teve dois filhos. É uma sobrevivente ao cancro. Isto graças ao diagnóstico precoce, ao tratamento adequado e ao facto de ter decorrido tudo sem problemas.”
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