Relatório CUF Oncologia 2018-2019

UMA VITÓRIA DA IMUNOTERAPIA

Depois dos maus resultados da quimioterapia, Bárbara Parente decidiu prescrever imunoterapia como tratamento de segunda linha numa doente com adenocarcinoma do pulmão. Em menos de um ano, apresentava-se livre de doença. Laura Esteves chegou à consulta de Bárbara Parente, em outubro de 2017, num estado de tal forma grave que a médica pôs a hipótese de, além do adenocarcinoma do pulmão com que já vinha diagnosticada, existir outro tumor primário. “Tinha metástases supraclaviculares, na mama, nos músculos dos membros inferiores, nos glúteos. E eram metástases tão raras que eu as biopsei todas”, conta Bárbara Parente. Nos meses anteriores, Laura tinha detetado um caroço na axila que veio depois a revelar-se uma metástase do cancro pulmonar. Tendo iniciado tratamento noutro centro, a doente chegou ao Hospital CUF Porto com indicação para quimioterapia. “Fiz a primeira sessão ao som de Xutos e Pontapés”, recorda a gestora de património, de 49 anos. Mas a quimioterapia tornou o cancro ainda mais agressivo, o que fez Bárbara Parente repensar a abordagem terapêutica.

“Eu sabia que os grandes fumadores respondem melhor a imunoterapia e, apesar de não ter aqui os marcadores específicos, não era nada off the label – a imunoterapia em segunda linha pode ser feita sem necessidade de marcadores específicos –, o que me deu a possibilidade de iniciar a imunoterapia com o último fármaco disponível no mercado. A Laura começou a fazer o tratamento com 37 quilos e agora pesa 54”, explica a médica. Em simultâneo, Laura realizou sessões de radioterapia para alívio sintomático das lesões metastáticas. “A primeira coisa que deu sinal foi a radioterapia. À terceira sessão eu levantava- -me e ficava um quarto de hora sem dores na perna. Com a imunoterapia, que fazia de três em três semanas, as metástases diminuíam a uma velocidade extrema”, conta Laura Esteves que recorda a surpresa quando, antes da 10.ª sessão de imunoterapia, a PET revelou que estava livre da doença. “Já não tinha nada!” Bárbara Parente manteve a terapêutica, tendo Laura recebido a última dose em janeiro de 2020. “A Laura continua livre de doença. Foi, de facto, um êxito”, assume a médica.

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