Relatório CUF Oncologia 2018-2019

Entrevista

Bárbara Parente

muita qualidade um número muito grande de doentes. Mais de 50% dos doentes em estadios avançados são possíveis de tratar em primeira linha com técnicas inovadoras e com os doentes a viverem bem. Tratar não equivale a curar… Acho que é mais correto falar de tratamentos em que o doente fica “livre de doença”, caso contrário vamos criar uma falsa expectativa, já que há sempre uma possibilidade de que existam células neoplásicas em circulação e o doente pode recidivar. Qual é a principal missão enquanto adjunta da direção clínica e coordenadora da CUF Oncologia a norte? Tenho reuniões semanais com o Diretor Clínico e com os outros médicos adjuntos. Isso permite-me ter uma visão geral do hospital. Como coordenadora da CUF Oncologia a Norte preocupo-me com tudo aquilo que está à sua volta. Há que garantir que o serviço de Oncologia e o hospital de dia funcionem muito bem do ponto de vista organizativo porque, do ponto de vista de mais-valias de saber, nós temos médicos diferenciados em todas as áreas. O grupo multidisciplinar para as várias áreas tumorais tem de funcionar bem. Na área do diagnóstico, o serviço de Imagiologia tem de dar uma resposta atempada, as biópsias têm de dar uma resposta muito rápida. Qualquer doente que venha fazer um tratamento de quimioterapia ou outro no hospital de dia fica ligado “O hospital pode ter todas as valências mas, se não houver alguém que ligue as pontas, as coisas não funcionam. É um trabalho de equipa.”

É médica, investigadora e docente. Sobra-lhe tempo? Antes de ser médica fiz o curso de Agronomia e, como hobby , gosto muito da agricultura. Tenho uma pequena quinta na zona de Tabuaço e adoro ver as cerejeiras em flor ou carregadas de belas cerejas. É uma visão linda da natureza. Gosto de ver as podas, as vinhas a desenvolver, as árvores, as plantas. Tenho duas netas maravilhosas que são o meu encanto e a quem dedico parte do meu tempo. Sou casada, tenho o meu marido, tenho uma filha. Além da minha profissão, gosto muito da família, dos amigos, gosto da casa, de arquitetura, do campo, de paisagística e gosto muito de ler. E nesses momentos consegue despir a bata? Não consigo. Acho que é um erro, mas não consigo. Quando alguém me pede ajuda estou disponível – e a minha família já entendeu isso. Eu tinha receio que isso prejudicasse o meu ambiente familiar, mas tenho uma família espetacular que me apoiou a vida toda. Sou médica a tempo inteiro mas sou mulher, mãe e avó a tempo inteiro também. ao corpo de enfermagem, com um contacto permanente, em que em qualquer hora pode ligar e ser encaminhado. O hospital pode ter todas as valências mas, se não houver alguém que ligue as pontas, as coisas não funcionam. É um trabalho de equipa.

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