Relatorio CUF Oncologia 2020-2021

Cuidamos em Todos os Momentos

Radiologia de Intervenção

É um ramo da Radiologia que tem vindo a ganhar cada vez maior protagonismo no tratamento de várias doenças oncológicas. Élia Coimbra, Coordenadora de Radiologia de Intervenção no Hospital CUF Tejo, testemunha como nos últimos anos o paradigma do tratamento de algumas doenças oncológicas foi alterado, com o crescente desenvolvimento tecnológico desta área. “A Radiologia de Intervenção é hoje um parceiro da cirurgia, da Oncologia e da radioterapia, contribuindo para a prática médica multidisciplinar, centrada no doente e na sua doença”, reforça a especialista, ressalvando como esta multidisciplinaridade “é essencial” para o sucesso de qualquer estratégia terapêutica. A Radiologia de Intervenção pode entrar em ação em dois momentos: no diagnóstico e no tratamento. No primeiro, o seu papel é particularmente útil na biópsia que vai determinar o tipo de tumor em causa, porque, em determinados tumores, conhecer a sua caracterização e genética permite adequar a terapêutica oncológica. Assim, além do estadiamento necessário com recurso a outros métodos de imagem – como a TAC, a ressonância magnética ou a PET (Tomografia por Emissão de Positrões) –, a histologia permite determinar um plano terapêutico individualizado para cada doente. Contudo, é na componente de tratamento que a Radiologia de Intervenção tem ganho um protagonismo crescente, colocando-se todo o esforço de forma a “levar o doente até à cirurgia” sempre que possível ou dando alternativas curativas ou paliativas que permitam controlar a doença e aumentar a sobrevida. “Podemos ajudar a reduzir o tamanho de um tumor ou a desvascularizá-lo para garantir que a cirurgia se torna mais segura ou usar técnicas que aumentem, por exemplo, o volume de um fígado, permitindo realizar cirurgias de maior complexidade”, revela Élia Coimbra. A título de exemplo, a médica explica que uma das técnicas usadas para aumentar o volume do fígado é a embolização da veia porta, que possibilita, de forma segura, a remoção da parte do fígado (hepatectomia) afetada por um tumor primário ou por metástases, deixando no doente fígado saudável suficiente para viver. A Radiologia de Intervenção é hoje um recurso imprescindível no tratamento do cancro. Seja para reduzir o volume de um tumor com o objetivo de o tornar operável, seja para administrar localmente a terapêutica oncológica dirigida ao tumor, o certo é que esta área já é considerada o quarto pilar do tratamento oncológico. RADIOLOGIA DE INTERVENÇÃO: O QUARTO PILAR DO TRATAMENTO ONCOLÓGICO

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