A área da Hematologia Oncológica é das que mais tem usufruído dos resultados da investigação científica das últimas décadas. Primeiro, com a chegada dos anticorpos monoclonais, que foram utilizados inicialmente apenas no tratamento dos linfomas, mas cuja indicação já foi alargada ao mieloma múltiplo. Alguns dos A importância da investigação científica equipa multidisciplinar “que trabalham em função do melhor serviço prestado aos doentes”, desde médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos e psiquiatras até aos Cuidados Paliativos. O objetivo é assegurar sempre que “os doentes nunca vão estar sem uma rede de segurança”, reforça a especialista. Na visão do especialista, este caráter multidisciplinar da equipa assegura “a probabilidade de escolher a melhor opção terapêutica para o doente” e todo o encadeamento de procedimentos garante uma rapidez de resposta “que nos deixa muito à vontade e tranquilos por estarmos preparados para responder às necessidades dos doentes nos diferentes momentos”, desde o diagnóstico e o tratamento até aos cuidados paliativos. Uma visão e experiência partilhada por Cátia Lino Gaspar, Hematologista nos hospitais CUF Descobertas e CUF Torres Vedras. Na perspetiva da especialista, como a CUF Oncologia “abarca todas as dinâmicas do ponto de vista médico e não médico, consegue dar resposta e agilizar a parte de diagnóstico”. "Em grande parte dos casos, em menos de uma semana o doente tem o diagnóstico, o estadiamento da doença e inicia o tratamento”, acrescenta. No percurso de acompanhamento do doente hemato-oncológico, Cátia Lino Gaspar ressalva o papel de todos os integrantes da
Entre 2020 e 2021, a CUF Oncologia diagnosticou 459 cancros hematológicos.
ensaios clínicos atuais avaliam a utilização deste grupo terapêutico no tratamento das síndromes mielodisplásicas. E, depois, com a introdução de moléculas dirigidas a alvos específicos destas doenças que a CUF Oncologia está, desde a primeira hora, a assegurar a disponibilidade aos doentes que delas necessitam. Mais recentemente, a terapia com células CAR-T tem vindo a mostrar resultados promissores no tratamento de alguns subtipos de linfomas e será “uma esperança no futuro com o alargar das indicações a outras doenças e a outros subtipos”, acredita José Mário Mariz. E para que esta evolução científica chegue até aos doentes, o hematologista destaca a importância da participação da Unidade de Hematologia Oncológica da CUF nos vários ensaios clínicos. Para os profissionais de saúde, participar num ensaio permite “entrar em contacto com os novos fármacos numa fase muito precoce do desenvolvimento e ir adquirindo experiência” no manejo das novas terapias. Já para os doentes, acrescenta o hematologista, é a oportunidade de usufruir de novas soluções terapêuticas, muitas vezes em situações em que não havia mais opções para aquela pessoa em particular.
José Mário Mariz Hematologista no Hospital CUF Porto
43 CUF ONCOLOGIA | Relatório 2020-2021
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