“Vemos essa necessidade de acompanhamento multidisciplinar em praticamente todas as áreas da Oncologia porque ninguém, de forma solitária, consegue oferecer o melhor tratamento a um doente”, reforça Andreia Chaves. Da equipa fazem parte dermatologistas, oncologistas, cirurgiões, radiologistas, anátomo-patologistas e até especialistas em Medicina Nuclear que asseguram um plano de tratamento adaptado às necessidades de cada doente. Em qualquer dos tipos de cancro da pele, desde que numa etapa precoce, as opções terapêuticas passam sempre pela cirurgia que, “se for realizada numa fase inicial da doença, é curativa”, assegura o dermatologista. Neste campo, uma das técnicas praticadas na CUF Oncologia é a cirurgia micrográfica de Mohs, que “permite avaliar as margens cirúrgicas, garantindo que excisamos a lesão na totalidade, mas sendo menos invasivos” e menos mutilantes, clarifica João Maia Silva. Esta é uma técnica particularmente eficaz no tratamento do carcinoma basocelular e do espinocelular, cuja localização é sobretudo em zonas expostas do corpo, como o rosto. No caso do melanoma maligno e devido ao elevado potencial de metastização à distância, o alargamento cirúrgico é maior e, eventualmente, carece de outros procedimentos complementares, como a pesquisa do gânglio sentinela ou terapia sistémica. Nos chamados tratamentos sistémicos entram a imunoterapia e outras terapêuticas, como é o caso dos fármacos orais. Andreia Chaves conta que "com a imunoterapia houve uma mudança de paradigma” do tratamento do doente com melanoma maligno, conseguindo estas terapêuticas taxas de resposta elevadas que se traduziram “num aumento de sobrevivência e aumento de tempo até à recidiva da doença, o que também se reflete na sobrevivência”, explica a oncologista. Os especialistas da Unidade de Cancro da Pele têm também participado ativamente nos projetos de investigação da European Organization for Research and Treatment of Cancer (EORTC). “A investigação é a base que nos permite avançar na Oncologia”, afirma Andreia Chaves, que acredita que “quanto mais ligados estivermos nacional e internacionalmente, melhor é a qualidade da informação que temos relativamente às várias formas de tratamento do doente”.
"Com a imunoterapia houve uma mudança de paradigma." Entre 2020 e 2021, a CUF Oncologia realizou mais de 2300 novos diagnósticos de cancro da pele e mais de 1600 doentes foram tratados.
João Maia Silva Coordenador da Unidade de Cancro da Pele
CIRURGIA MICROGRÁFICA DE MOHS Técnica cirúrgica mais precisa para o tratamento do carcinoma basocelular e do espinocelular, com a qual é possível remover a lesão tumoral camada por camada e examinar cada uma delas ao microscópio durante a cirurgia até se obter margem livre, ou seja, até à remoção completa do tumor.
41 CUF ONCOLOGIA | Relatório 2020-2021
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