Relatorio CUF Oncologia 2020-2021

Um programa que aposta na celeridade

Bárbara Parente Adjunta da Direção Clínica e Coordenadora Norte da CUF Oncologia, Coordenadora da Unidade de Cancro do Pulmão a Norte

Por saber que “no cancro do pulmão cada dia conta”, como frisa Encarnação Teixeira, a CUF Oncologia reforçou em 2021 o Programa de Deteção Precoce do Cancro do Pulmão, no qual, nesse mesmo ano, 216 pessoas foram seguidas. O programa, construído com base em evidência científica reunida nos últimos anos a partir de estudos internacionais, é dirigido a “pessoas assintomáticas, com mais de 50 anos, que sejam ou tenham sido grandes fumadores ou sejam portadores de algumas patologias de risco como doença pulmonar obstrutiva crónica ou fibrose pulmonar, tenham uma carga genética muito grande ou passado por exposição ambiental ou profissional a partículas ou gases nocivos e queiram saber se estão bem”, explica Bárbara Parente. A essas pessoas é apresentado um plano de seguimento com a realização periódica de vários exames de diagnóstico, nomeadamente imagiológicos, para detetar lesões num estadio inicial de desenvolvimento. António Bugalho, Pneumologista e Coordenador da Unidade de Cancro do Pulmão da CUF Oncologia a Sul, destaca a possibilidade de realizar de forma rápida, no próprio dia da consulta se o doente o desejar, uma TAC de tórax de baixa dose de radiação, que “não é mais do que um protocolo em que a dose de radiação é muito inferior à de uma TAC normal, sendo uma mais-valia para os doentes que podem fazer exames com menor exposição e sem inviabilizar a eficácia da visualização da TAC”. Todavia, o que o especialista enaltece no campo do diagnóstico precoce do cancro do pulmão na CUF Oncologia são sobretudo os profissionais da Imagiologia, especialmente dedicados a esta temática. “A grande diferença reside nos profissionais experimentados na análise de pequenos nódulos ou lesões pulmonares”, frisa, explicando ainda que os radiologistas adstritos a este programa têm elevada expertise , sendo “super especialistas” nesta área. E no caso da confirmação de um diagnóstico de cancro do pulmão, o “diagnóstico e estadiamento acontecem com a máxima das celeridades”, conta António Bugalho, destacando o trabalho das gestoras oncológicas no contacto com o doente, na organização das marcações de exames e no planeamento de eventuais tratamentos. “Temos tudo muito bem organizado para que cada pessoa tenha rapidez de resposta e para que se diminua a ansiedade da espera e se inicie o tratamento o mais rapidamente possível”, reforça o pneumologista.

Uma equipa em prol do doente

"Um cancro do pulmão diagnosticado numa fase inicial pode permitir ao doente ficar livre de doença."

Seja em contexto de diagnóstico ou de tratamento do cancro do pulmão, o que os especialistas destacam no acompanhamento do doente é a visão multidisciplinar de cada caso. “Para oferecermos o melhor diagnóstico, o melhor tratamento, os melhores cuidados de saúde a um doente com cancro do pulmão tem de haver multidisciplinaridade”, sublinha António Bugalho, dando nota do entrosamento que existe entre todos os elementos da equipa: pneumologistas, oncologistas, imagiologistas, radioncologistas, médicos de Medicina Nuclear, cirurgiões, anátomo-patologistas, farmacêuticos, entre outros.

37 CUF ONCOLOGIA | Relatório 2020-2021

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