Relatorio CUF Oncologia 2020-2021

Esta constante evolução farmacológica tem levado as equipas da CUF Oncologia a “atualizar o protocolo terapêutico de acordo com as novas orientações, garantindo aos doentes os tratamentos mais atualizados”, acrescenta Leonor Abreu Ribeiro. O tratamento cirúrgico na CUF Oncologia também tem vindo a ser cada vez menos invasivo e menos agressivo, tanto na mama, como na axila, muito devido à eficácia dos novos fármacos na diminuição do volume das lesões. Com tumores de menor dimensão e, sobretudo, com menor necessidade de esvaziamento ganglionar da axila, tem sido possível diminuir a ocorrência daquela que era uma das principais sequelas da cirurgia ao cancro da mama, o linfedema, com consequências importantes para a qualidade de vida do doente. "[A abordagem multidisciplinar] tem inclusive impacto na resposta ao tratamento e na sobrevivência dos doentes."

Catarina Rodrigues Santos Cirurgiã Geral na Unidade da Mama de Lisboa

Diagnosticar, tratar, acompanhar

Dos testemunhos das especialistas fica claro que o diagnóstico precoce é fundamental para um bom desfecho no tratamento do cancro da mama. Nesse sentido, assegurar os melhores meios de diagnóstico tem sido uma aposta clara da CUF Oncologia, como salienta Leonor Abreu Ribeiro ao referir que os meios tecnológicos da rede são “fundamentais para fazer um adequado e preciso diagnóstico e estadiamento da doença”. Além da ecografia, da ressonância magnética, da TAC, da PET (Tomografia por Emissão de Positrões) e da cintigrafia óssea, a oncologista destaca os “equipamentos de última geração”, como a tomossíntese, também conhecida por mamografia 3D, que permite a deteção precoce de pequenas lesões em mamas fibrosas e densas e possibilita ainda efetuar biópsias das pequenas lesões, orientadas por técnica de estereotaxia (sistema de coordenadas). A inovação tem sido igualmente uma constante no tratamento do cancro da mama na CUF Oncologia, quer no campo farmacológico, quer no campo cirúrgico. Nos fármacos, as especialistas destacam a chegada da imunoterapia e das terapias dirigidas a grupos específicos de doentes com determinadas características genéticas, que têm permitido “tratar com qualidade de vida e sobrevivências muito longas”, mesmo em estadios mais avançados, frisa Catarina Rodrigues Santos. É o caso de um grupo específico de tumores, que representa cerca de 15% dos cancros da mama, que tem um recetor específico, o HER2, “em que já fazemos terapêutica dirigida”. “O mesmo é verdade para tumores dependentes de hormonas que se apresentam, por vezes, em fases metastizadas, em que com fármacos, como os inibidores das ciclinas, ou algumas modalidades de hormonoterapia temos conseguido tratar estas doentes de uma forma crónica, dando-lhes qualidade de vida e sobrevivências muito longas”, ao contrário do que acontecia anteriormente, relata Catarina Rodrigues Santos.

Leonor Abreu Ribeiro Oncologista na Unidade da Mama de Lisboa

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